Esta série de posts apresenta os bens do patrimônio industrial tombado pelo IPHAN. Cada post apresentará o patrimônio industrial de um estado brasileiro.A descrição dos bens foi obtida no Arquivo Noronha Santos do IPHAN.
Maranhão
Sítio do Físico: ruínas (São Luís)
Descrição: Sua construção data de fins do século XVIII e início do XIX, situada à margem direita do rio Bacanga. Era de propriedade do Físico-mor da então Capitania Geral do Maranhão, Antônio José da Silva Pereira.
Sua importância está relacionada ao fato do local ter abrigado a primeira indústria da região, com o beneficiamento do couro, arroz e ainda a fabricação de cera e cal. Além disso, após a morte do físico em 1817, passou a fabricar fogos de artifícios. Faziam parte do conjunto, além da residência do físico, curtume, fornos, conjunto de tanques, poços, armazéns, cais, laboratório, rampas, telheiros e canalizações com caixa de distribuição para os tanques.
Suas ruínas encontram-se entre os mais preciosos Sítios Arqueológicos do país. Em 1976, foi feito o "Relatório de Pesquisa Arqueológica-Histórica e História sobre o Sítio Santo Antônio da Alegria (Sítio do Físico)". Através desse trabalho inúmeras informações foram levantadas, como os vários padrões de azulejos, do período pombalino.
Data de tombamento: 29-1-1981
Sítio do Físico (foto de Bernardo Costa Ferreira) |
Sítio do Físico |
Fábrica Santa Amélia: prédio (São Luís)
Descrição: O prédio onde funcionou a Fábrica Santa Amélia abrigou, primeiramente, a fábrica da Companhia de Lanifícios Maranhense, instalada em 1892. Com a falência desta, a fábrica e o maquinário foram arrematados em leilão, por Cândido José Ribeiro, em 1902 e, somado à Fábrica São Luís, passou a constituir o "Cotonifício Candido Ribeiro".
A fábrica funcionou por 64 anos, sendo fechada em 1966, tendo grande importância no processo de industrialização do Maranhão, iniciado em meados do século XIX, produzindo inclusive para exportação.
A construção inicial em pedra, cal e tijolo teve que ser reforçada no seu sistema estrutural, com a introdução de elementos metálicos como vigas e pilares, na época da instalação da Fábrica Santa Amélia. Além disso, seu espaço foi ampliado com a construção de dois acréscimos laterais térreos, de estrutura metálica modulada, importada da Inglaterra.
A fachada, resultado da construção em várias épocas, guarda, entretanto, uma distribuição harmoniosa, simétrica, tendo no corpo central dois pavimentos e mirante revestidos de azulejos portugueses. Próxima à porta principal, se encontra notável escada de metal helicoidal, de origem inglesa.
O terreno situado atrás é revestido de paralelepípedos, possuindo um grande poço do qual era retirada a água que servia ao prédio e uma chaminé de tijolo refratário de aproximadamente 28 m de altura.
O edifício conserva sua estrutura espacial muito próxima das condições originais, não apresentando problemas de ordem estrutural e descaracterizações importantes. Estas resultam em geral da utilização atual do imóvel e limitam-se a fechamentos de vãos, subdivisão de compartimentos etc.
Data de tombamento: 1-7-1987
A UFMA anunciou recentemente que o imóvel de 9 mil metros quadrados divididos em sete unidades será transformado em um complexo de ensino e hotelaria até meados de 2013.
Para mais informações sobre o projeto de restauração:
Fábrica Santa Amélia |
Fábrica Santa Amélia |
Trabalhos de restauração da Fábrica Santa Amélia (foto: Edgar Rocha) |
Engenho Central São Pedro: casa (Pindaré-Mirim)
Descrição: Construído à margem direita do rio Pindaré em terreno outrora pertencente à extinta colônia de São Pedro, habitada por índios Guajajaras, o Engenho Central da Pindaré-Mirim, ou Companhia Progresso Agrícola, foi criado pelo Decreto-Lei nº 7.811, de 31 de agosto de 1880.
Todo o maquinário e aparelhagem necessários à sua instalação foram importados da Inglaterra pela quantia de 28$000 réis e executado pelo técnico Robert Collond, da firma inglesa Fawcet Preston & Cia. Nessa oportunidade é que foram fixados em solo maranhense os trilhos da primeira ferrovia do Estado.
Em 1888, ainda por iniciativa da mesma empresa, é instalado em Pindaré o sistema de iluminação elétrica, conferindo ao município um pioneirismo no gênero em todo o Brasil - pois, somente em 1892 é que a cidade fluminense de Campos foi dotada de energia elétrica.
O Engenho Central, um dos melhores do Brasil, possuía 500 carros de boi, 35 carroças, cerca de 50 casas de madeira, três léguas de terra apta à lavoura e 10 km de via férrea. Hoje, este secular monumento, com sua tradicional chaminé, seus paredões em alvenaria, seu teto laminado sobre custosa estrutura de ferro, é um dos últimos representantes do sistema de engenhos centrais instalados no Brasil durante o Império.
Data de tombamento: 3-12-1998
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