Conjunto da Estação Ferroviária de Teresina poderá ser tombado
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O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural estará reunido na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, em Brasília, no próximo dia 28 de março, para avaliar o tombamento do Conjunto da Estação Ferroviária de Teresina-PI. Para a única capital nordestina não situada no litoral, a ferrovia significou o acesso ao mar e a inserção de sua produção agrícola e industrial na economia do país, gerando renda e trazendo o desenvolvimento para um estado castigado pela seca e pelo isolamento econômico.
O Conjunto da Estação Ferroviária é importante para compreender como foi estruturada a urbanização desta capital, do Estado do Piauí e do território nacional. A ideia do Iphan com este tombamento é transformar a área em um parque urbano, com a introdução de um bosque entremeado de museu, biblioteca ou similares, que se integrem ao uso dos prédios históricos da ferrovia.
Desde 2007, após a edição da Lei 11.483, o Iphan passou a ser responsável por “receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal - RFFSA, bem como zelar pela sua guarda e manutenção”, dando destinação prioritariamente cultural a este acervo.
A Rede de Patrimônio Cultural do Piauí
A Superintendência do Iphan no Piauí, com a parceria do Departamento do Patrimônio Material – Depam, elaborou um dossiê reforçando a importância e a diversidade cultural piauiense. Assim, surgiu a Rede de Patrimônio Cultural do Piauí, onde Oeiras e Piracuruca, ao lado de Parnaíba formam um conjunto de bens que testemunham a ocupação do interior do Brasil durante o século XVIII, que inclui também outros dois empreendimentos rurais ligados a antigas fazendas nacionais. O tombamento de todos estes bens faz parte da estratégia de estabelecimento da Rede de Patrimônio Cultural do Piauí, iniciada em 2008 com o tombamento do Conjunto Histórico e Paisagístico de Parnaíba, da Ponte Metálica João Luis Ferreira e da Floresta Fóssil do Rio Poti, em Teresina.
Foto: teresinapanoramica.com.br |
A Rede de Patrimônio no Piauí será ainda complementada pelo tombamento de outros bens no Estado, a exemplo dos Conjuntos Históricos e Paisagísticos de Amarante, Pedro II e Teresina, que da mesma forma que as cidades originárias do século XVIII, continuam contando a história de ocupação do território piauiense, do Pátio Ferroviário de Teresina e da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, também em Teresina. Além desses bens, ainda integra a estratégia o Registro da Arte Santeira em madeira do Piauí e da Cajuína como patrimônio imaterial do Brasil.
No Piauí, já estão tombados pelo Iphan o Cemitério do Batalhão, em Campo Maior; a Igreja São Benedito, a Ponte Metálica João Luís Ferreira e a Floresta Fóssil do Rio Poti, todos em Teresina; a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, em Piracuruca; o Parque Nacional da Serra da Capivara, no município de São Raimundo Nonato; os Conjuntos Históricos e Paisagísticos de Parnaíba, Oeiras e Piracuruca; e a Ponte Grande, o Sobrado João Nepomuceno e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória, em Oeiras.
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, presidido pelo presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros de instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e da sociedade civil.
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