DIÁRIO DO GRANDE ABC
Fragmentos e história
Mariangela Devienne Ferreira
Fragmentos de pratos e xícaras foram encontrados no primeiro trecho das escavações de obras da adutora do Projeto Aquapolo, que partiu da Estação de Tratamento de Esgoto ABC, na Avenida Almirante Delamare, em São Paulo, até a Avenida dos Estados, em São Caetano. As escavações cumpriram regulamentação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. As obras vão levar água de reúso para o Polo Petroquímico Capuava, em Mauá.
O material encontrado está sendo catalogado, contabilizado e analisado. São cerca de 2.000 fragmentos. Seu destino: o acervo municipal, após liberação do Iphan/SP.
As peças foram encontradas na Rua Professora Maria Macedo a até seis metros de profundidade. Tinham coloração branca e detalhes em pinturas coloridas.
Aos quatro metros de profundidade, foram resgatados fragmentos e peças inteiras, pratos empilhados, tigelas e xícaras. Todos os materiais mostravam defeito de fabricação, indicando serem peças de primeira e segunda queima e provenientes de descarte da fábrica.
De acordo com a arquiteta que coordenou os trabalhos, Karin Shapazian, Louças Adelinas ficava na Rua Pernambuco, esquina com a Rua Professora Maria Macedo, em São Caetano.
ADELINAS
Adelinas era próspera. Exportava até para a Argentina. O nome da fábrica homenageava a mulher do proprietário (Manoel). Em 1947, em meio a um turbulento processo de separação do casal, a fábrica foi rebatizada como Manufatura Brasileira de Louças (MBL). Funcionou até 1952.
AQUAPOLO
A Aquapolo Ambiental é formada a partir de uma Sociedade de Propósito Específico entre a Sabesp e a Foz do Brasil - empresa de soluções ambientais da Organização Odebrecht. Esta parceria viabilizou a criação de um dos maiores projetos de água de reúso para fins industriais do mundo, tendo como insumo o esgoto tratado.
O Aquapolo envolve investimentos de R$ 364 milhões e tem capacidade para produzir até 1.000 litros por segundo de água de reúso para abastecer o Polo Petroquímico de Capuava, em Mauá. A Braskem, que integra o polo, consumirá 65% da produção do Aquapolo, que ainda pode ofertar o excedente de sua produção para outras indústrias da região.
Reportagem disponível em: http://www.dgabc.com.br/Columnists/Posts/15/6509/arqueologia-industrial-redescobre-sao-caetano.aspx
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